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O Mercado Livre busca varejistas. É bom para sua empresa?

Um dos maiores nomes do comércio eletrônico tem criado lojas oficiais de marcas do varejo e indústria em sua plataforma para atrair mais visitantes e aumentar a credibilidade

Recentemente, o Mercado Livre bateu um recorde de vendas na América Latina. Em 24 horas, o marketplace vendeu mais de 1 milhão de produtos.

A façanha, que representa 12 itens vendidos a cada segundo, ocorreu três vezes, nos meses de maio e junho passado. 

A companhia está em franco crescimento. A loja online exibe mais de 40 milhões de anúncios e é frequentada por cerca de 180 milhões de usuários.

Em 2016, alcançou receita líquida de 844,4 milhões de dólares (cerca de 2,5 bilhões) –30% mais que no ano anterior.

O Brasil é seu maior mercado. Ano passado, a operação nacional cresceu 57% e teve receitas de 455 milhões de dólares (mais de 50% do total da companhia).

No mesmo período, o crescimento médio do comércio eletrônico no país foi de 7,4%, de acordo com o e-Bit. 

Uma recente estratégia tem ajudado na expansão. Nos últimos dois anos, o Mercado Livre tem investido para se tornar um marketplace para varejistas, distribuidores e indústrias de bens de consumo. 

A atualização do modelo de negócio deixa em segundo plano o foco inicial de intermediar transações entre pessoas físicas – modelo inspirado no site americano e-Bay. 

Atualmente, o Mercado Livre possui 639 lojas oficiais, que funcionam como e-commerces exclusivos de outras marcas dentro do marketplace. O modelo reúne negócios de diferentes portes e segmentos, como Casas Bahia, Camisaria Colombo, Decathlon e Sandro Moscoloni. 

Ser uma loja oficial traz benefícios para o anunciante. Além de poder personalizar sua página com logo e banner, a marca passa a ter um assessor comercial, um funcionário do Mercado Livre que auxilia as lojas a vender mais. 

O profissional faz análise das fotos, descrições e títulos dos anúncios, recomenda ações de promoção e acompanha a satisfação do consumidor com a marca. Quando o índice está ruim, o assessor investiga os motivos por trás da má experiência de compra e sugere melhorias.

Fabricantes também têm ingressado no marketplace. Há lojas oficiais da Sony, Adidas, Brastemp e Chevrolet, entre outros. 

De acordo com Cristina Farjallat, diretora de Marketplace do Mercado Livre, as indústrias se valem da plataforma para ter contato direto com consumidor final. 

Neste caso, a maior vantagem é obter informações sobre hábitos de compra, como produtos prediletos, itens que são abandonados no carrinho de compra, frequência de consumo e localização do comprador. 

“O contato com o consumidor permite ao fabricante melhorar seus produtos e desenvolver ofertas com mais aderência ao público-alvo da marca”, afirma Cristina. 

Ter um canal de venda direta também faz com que o fabricante aumente sua lucratividade, uma vez que não há custo de distribuição com intermediários (varejo).

Por outro lado, o Mercado Livre cobra uma taxa de 11% até 16% sobre as vendas. 

CRESCIMENTO DOS MARKETPLACES 

Nos últimos anos, grandes varejistas virtuais têm aderido ao modelo de marketplace, como Lojas Americanas, Magazine Luiza, Walmart e Netshoes, que permitem que outras empresas anunciem dentro de seus e-commerces. 

De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, 25% das vendas do segmento são feitas pelo modelo marketplace, o que deverá representar cerca de R$ 10 bilhões em 2017.

E quais fatores levam ao crescimento dos marketplaces?

De acordo com a executiva do Mercado Livre, o modelo é atrativo para o consumidor devido o fato de reunir em um só lugar diferentes categorias de produtos. 

Ao mesmo, por ter alto volume de visitantes e vendas, o marketplace possui recursos para investir em melhorias tecnológicas na plataforma, promoções de venda (como descontos e frete grátis) e marketing digital. 

Por fim, há a influência da popularização do mobile commerce. Em 2017, as vendas por dispositivos móveis (smartphones e tablets) somaram 21,5% do total de transações no comércio eletrônico – um crescimento de nove pontos percentuais em relação a 2016. 

“Os consumidores não costumam baixar aplicativos de várias lojas”, afirma Cristina. “É mais prático baixar um aplicativo de um marketplace, que reúne um diversificado mix de produtos.”

COMPANHIA PRETENDE ATRAIR MAIS MARCAS

Para permitir que um anunciante se torne uma loja oficial, o Mercado Livre leva em considerações critérios como relevância da marca e tamanho da operação (tanto on quanto off-line). 

A companhia também tem utilizado seus assessores comercias para identificar marcas que já utilizam a plataforma e que possuem potencial de crescimento. 

Em setembro, ocorrerá a segunda edição do Meli Experience, evento para cinco mil pessoas que abordará temas do mercado de tecnologia e e-commerce e servirá para atrair mais marcas para o marketplace. 

“Ter empresas relevantes na plataforma atrai mais consumidores e agrega mais credibilidade ao Mercado Livre”, afirma Cristina.

A busca por melhor reputação se fez necessário por motivo de, no passado, o Mercado Livre ter sido palco de fraudes, em que anunciantes vendiam produtos e recebiam o pagamento, mas não entregavam as mercadorias.

 

Diário do Comércio

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