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Maioria dos acordos salariais de agosto fica abaixo da inflação

Entre as negociações salariais coletivas com data-base em agosto, 51,8% ficaram abaixo da inflação, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).  

Do total de 597 negociações, 162 trataram de reajustes e 141, de pisos salariais. Dos acordos que pediam ajustes, 17 resultaram em redução de jornada acompanhada de diminuição de salários, sendo um pelo Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

O resultado desfavorável para os trabalhadores é reflexo da situação econômica atual e tem duas causas, segundo Hélio Zylberstajn, coordenador da pesquisa e professor da Universidade de São Paulo (USP).

A primeira é a inflação acumulada, que ainda está muito alta. "Uma empresa que se dispõe a repor a inflação tem que dar aumento de 9,6%, o que é muita coisa."

O segundo fator é que o país está em plena recessão, e os sinais de recuperação ainda não se mostraram. "Recessão e inflação alta tiram dos trabalhadores o poder de barganha”, afirma.

Zylberstajn diz que a pesquisa usa o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referente a famílias com renda de até cinco salários mínimos (R$ 4.400), que ficou em 9,6%. Os dados para o levantamento foram extraídos do Ministério do Trabalho e Emprego.

“Dois anos atrás, a gente viva quase o pleno emprego. Então, os trabalhadores conseguiram aumentos reais, acima da inflação. Hoje a situação é inversa. Quando vai se reverter essa situação? Quando a atividade econômica for retomada, o que vai demorar”, afirma.

De acordo com Zylberstajn, em tempos de recessão, o empregador que oferecer aumento aos funcionários não conseguirá repassá-lo aos preços de seus produtos e serviços, já que o mercado não tem condições de absorver aumentos. 

 

Diário do Comércio

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